Tuesday, January 24, 2006


Complexo LDE-quimioterápico

"O reconhecimento para o endocrinologista paraense Raul Maranhão, 55 anos, chefe do setor de lipídios do Instituto do Coração de São Paulo (Incor), veio no final de 1996 na forma de um comunicado do Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Ele conseguiu a patente para seu Complexo LDE-quimioterápico, um tratamento para o câncer praticamente livre de efeitos colaterais. A partir do trabalho dos americanos Michael Brown e Joseph Goldstein, que ganharam o Prêmio Nobel de Medicina, Maranhão descobriu que as células humanas possuem receptores especiais para uma lipoproteína de baixa densidade chamada LDL. Logo após, desenvolveu uma partícula artificial batizada de LDE, com a mesma estrutura do LDL e capaz de carregar drogas quimioterápicas e levá-las seletivamente ao interior das células cancerosas, poupando as células sadias dos efeitos tóxicos do remédio. No início dos anos 90, descobriu, em um estudo, provas de que as células cancerígenas abrigam receptores de LDL em quantidades até 100 vezes maiores que as normais. A solução era introduzir as drogas quimioterápicas em seu LDE e injetar o material no sangue. "A LDE realiza um sonho dos especialistas no combate ao câncer, o de ter um veículo que dirija o medicamento às células doentes e preserve as sãs", resume. "Nosso objetivo não era criar uma nova droga, mas transformar as que já existiam no mercado", alerta Maranhão. O princípio dessa transformação é 'envolver' drogas anticâncer com partículas lipoprotéicas de baixa densidade, para administrá-las diretamente na corrente sangüínea. Essas partículas são produzidas a partir de técnicas de ultra-som. Inicialmente, a substância lipoprotéica é submetida a uma vibração muito intensa para formar unidades bem pequenas (com cerca de 4 x 10-8 metros de diâmetro) e de baixa densidade, que são em seguida separadas por centrifugação em alta velocidade e incubadas com as drogas.
A LDE pode ser considerada como o cavalo de Tróia terapêutico. Ela ingressa no tecido doente do organismo, com medicamentos escolhidos. Isso é possível graças a sua estrutura, semelhante ao LDL humano, proteína cuja função é transportar colesterol para dentro da célula. Pesquisas demonstraram que o número de receptores de LDL em células cancerígenas é muito maior do que nas normais. Resultado: doses maiores dos medicamentos em tese poderiam ser administradas, pois a maior parte da substância seria absorvida apenas pelo tecido doente."
cfr.(inventabrasilnet.t5.com.br/maranhao)

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